sexta-feira, 15 de novembro de 2013

a historia da VW kombi que apos 56 anos nos deixara

Kombi sai de linha após 56 anos de produção - confira a história completa


O carro de história de hoje é um utilitário versátil e com boas vendas (contrastando com sua idade avançada): a VW Kombi encerra este ano sua trajetória no Brasil, após 56 anos de produção.


Projetada pelo holandês Ben Pon, que queria um modelo utilitário construído sobre o chassi do Fusca com grande aproveitamento de espaço, a Type 2 começou a ser produzida em 1949, nas versões Kombi (abreviatura de Kombinationskraftwagen/Kombinationsfahrzeug, ou "veículo combinado motorizado") e Commercial.

Já em 1950 o Brasil recebia as primeiras unidades da Kombi, inicialmente montadas pela Brasmotor com motor 1.1 e, em 2 de setembro de 1957, passou a ser fabricada pela VW em São Bernardo do Campo (SP) com índice de nacionalização de 50% e com motor 1.2 de 30 cv, marcando o início oficial da produção da Kombi. Na época, era um veículo com status familiar, mas que servia também ao transporte de cargas e à circulação em terrenos castigados.

E essa foi a 1ª Kombi produzida no Brasil, em 2 de setembro de 1957.
Até então sem concorrentes diretos (a Rural Willys era a principal rival da Kombi, mas era cara e tinha motor com mais litragem), ela sempre foi amplamente aceita no mercado brasileiro, como carro para camping (versão Turismo), furgão, picape ou standard. Com o passar dos anos foram feitas modificações e inclusão de novos itens: em 1956, novas lanternas traseiras; em 1961, ganhou piscas; vidros curvos nas janelas laterais traseiras em 1963, novo desenho das aletas de refrigeração em 1965, versão picape e motor 1.5 de 44 cv em 1967, cintos de segurança e extintor de incêndio em 1970 e novo volante em 1973...



Versão pick-up da Kombi, trazia bom espaço de carga.
Sua primeira mudança substancial ocorreu em 1975, quando foi reestilizada. A frente adotava o estilo da Kombi Clipper alemã, mas a carroceria em geral era a mesma. Nesta reestilização, o motor passou a ser 1.6, de 58 cv. A T2 foi substituída pela T3 (Type 3) em 1979.

A reestilização da Kombi, em 1975, trazia nova dianteira e motor.

Em 1981 chegou a Kombi Diesel, que recebeu o radiador quadrado na frente, e no ano seguinte estrearam painel e volante novos. O motor diesel deixou de equipá-la em 1985. Por exigência de leis, a Kombi foi equipada com catalisador em 1992.

A Kombi Diesel entrou em linha em 1981, e trazia um enorme radiador na dianteira. Ficou em linha até 1985.

A Kombi dos anos 90 era essa, com visual mais moderno que as anteriores.

Versão picape da Kombi de 1997.

A Kombi Carat, de 1997, era uma Kombi completamente renovada, com portas corrediças, teto mais alto entre outras mudanças.

Já em 1997 a Kombi mudou completamente de carroceria, com 'portas de correr', teto mais alto, injeção eletrônica (foi o último veículo a abandonar o carburador) e motor 1.6 de 52 cv. Era conhecida como 'Kombi Carat'. Apesar de seus 40 anos de mercado, a VW mantinha-se de pé, mesmo com a chegada de rivais como Asia Towner/Topic, Kia Besta, M.Benz Sprinter e Fiat Ducato.

Foram apenas 200 unidades produzidas da Série Prata, que trazia motor 1.6, pintura prateada e novos emblemas.




A Kombi resistiu a mais uma exigência da legislação: novas normas antipoluição que decretaram o fim de linha do motor refrigerado a ar. Foram produzidas em novembro de 2005, 200 unidades da 'Série Prata', com o motor 1600, pintura prateada, emblema exclusivo, piscas com lentes de cristais e detalhes em cinza-escuro. Foi o último carro a utilizar motor a ar no planeta.

A Kombi de 2006 abandonava o motor refrigerado à ar, mas no visual, remetia à antiga Kombi Diesel, de 1981, graças ao grande radiador dianteiro.


O motor da "nova" Kombi era o 1.4 Total-Flex.
Em 2006, foi apresentada a "nova" (entre aspas, claro) a Kombi com motor 1.4 Total-Flex EA111, ganhando instrumentos com a mesma disposição do Fox e grade frontal do radiador. Mas mesmo com tantas modificações, sempre pareceu a mesma: oferecendo versatilidade, facilidade de reparo, conforto e um custo-benefício atraente.

A edição especial de 50 anos da Kombi trazia a famosa pintura saia-e-blusa.

Foram apenas 50 unidades produzidas. [Foto/Divulgação: MercadoLivre]
Em 2007, a Volkswagen do Brasil comemorava os 50 anos da Kombi no país, e lançou a edição especial 'Kombi 50 Anos'. A Kombi usava a famosa pintura "saia e blusa", em vermelho e branco, e apenas 50 unidades produzidas.

A Kombi Last Edition traz pintura retrô, além de novos equipamentos, também retrô.
Mas o fim foi decretado com a obrigação do governo em que todos os veículos produzidos aqui a a partir de janeiro de 2014, venham com freios ABS e airbags de série. Os engenheiros tiveram dificuldades em instalar os airbags numa posição que protegesse o motorista e o passageiro, e a deformação da carroceria continuaria deixando a desejar, num carro que se dirige tão perto da frente que pode se dizer que o para-choque é o "joelho do motorista".

Essa série marca o fim de produção da Kombi, que ficou 56 anos em linha no Brasil.
Assim, a VW encerrou a produção do utilitário em julho de 2013, após 1.551.140 unidades produzidas e acaba de anunciar a série 'Last Edition', que cobra um amargo preço de R$ 85 mil, trazendo decoração especial. Mas os fãs da Kombi certamente acham que vale a pena investir nas últimas unidades, que certamente estarão (ainda mais) valorizadas daqui a algum tempo, especialmente se preservadas com carinho. A VW poderá tirar o atraso (assim como fez com o Golf) lançando uma substituta bem mais moderna (a Transporter T5), porém já sem o charme e o custo-benefício praticamente inalterados há mais de 50 anos.

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