Kombi sai de linha após 56 anos de produção - confira a história completa
O carro de
história de hoje é um utilitário versátil e com boas vendas (contrastando com sua idade avançada): a VW
Kombi encerra este ano sua trajetória no Brasil, após 56 anos de
produção.
Projetada pelo holandês Ben Pon, que queria um
modelo utilitário construído sobre o chassi do Fusca com grande aproveitamento
de espaço, a Type 2 começou a ser produzida em 1949, nas versões Kombi
(abreviatura de Kombinationskraftwagen/Kombinationsfahrzeug, ou "veículo
combinado motorizado") e Commercial.
Já em 1950 o Brasil recebia as primeiras unidades
da Kombi, inicialmente montadas pela Brasmotor com motor 1.1 e, em 2 de setembro
de 1957, passou a ser fabricada pela VW em São Bernardo do Campo (SP) com índice
de nacionalização de 50% e com motor 1.2 de 30 cv, marcando o início oficial da produção da Kombi. Na
época, era um veículo com status familiar, mas que servia também ao transporte de cargas e à
circulação em terrenos castigados.
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E essa foi a 1ª Kombi produzida
no Brasil, em 2 de setembro de 1957. |
Até então sem
concorrentes diretos (a Rural Willys era a principal rival da Kombi, mas era
cara e tinha motor com mais litragem), ela sempre foi amplamente aceita no
mercado brasileiro, como carro para
camping (versão Turismo), furgão, picape ou standard. Com o passar dos anos
foram feitas modificações e inclusão de novos itens: em 1956, novas lanternas traseiras; em 1961, ganhou piscas;
vidros curvos nas janelas laterais traseiras em 1963, novo desenho das aletas de
refrigeração em 1965, versão picape e motor 1.5 de 44 cv em 1967, cintos de
segurança e extintor de incêndio em 1970 e novo volante em 1973...
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Versão pick-up da Kombi, trazia
bom espaço de carga. |
Sua primeira mudança substancial
ocorreu em 1975, quando foi reestilizada. A frente adotava o estilo da Kombi
Clipper alemã, mas a carroceria em geral era a mesma. Nesta reestilização, o
motor passou a ser 1.6, de 58 cv. A T2 foi substituída pela T3 (Type 3) em
1979.
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A reestilização da Kombi, em
1975, trazia nova dianteira e motor. |
Em 1981 chegou a Kombi Diesel, que recebeu o
radiador quadrado na frente, e no ano seguinte estrearam painel e volante novos.
O motor diesel deixou de equipá-la em 1985. Por exigência de leis, a Kombi foi
equipada com catalisador em 1992.
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A Kombi Diesel entrou em linha
em 1981, e trazia um enorme radiador na dianteira. Ficou em linha até
1985. |
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A Kombi dos anos 90 era essa,
com visual mais moderno que as anteriores. |
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Versão picape da Kombi de
1997. |
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A Kombi Carat, de 1997, era uma
Kombi completamente renovada, com portas corrediças, teto mais alto entre outras
mudanças. |
Já em 1997 a Kombi mudou completamente de
carroceria, com 'portas de correr', teto mais alto, injeção eletrônica (foi o
último veículo a abandonar o carburador) e motor 1.6 de 52 cv. Era conhecida
como 'Kombi Carat'. Apesar de seus 40 anos de mercado, a VW mantinha-se de pé,
mesmo com a chegada de rivais como Asia Towner/Topic, Kia Besta, M.Benz Sprinter
e Fiat
Ducato.
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Foram apenas 200 unidades
produzidas da Série Prata, que trazia motor 1.6, pintura prateada e novos
emblemas. |
A Kombi
resistiu a mais uma exigência da legislação: novas normas antipoluição que
decretaram o fim de linha do motor refrigerado a ar. Foram produzidas em
novembro de 2005, 200 unidades da 'Série Prata', com o motor 1600, pintura
prateada, emblema exclusivo, piscas com lentes de cristais e detalhes em
cinza-escuro. Foi o último carro a
utilizar motor a ar no planeta.
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A Kombi de 2006 abandonava o
motor refrigerado à ar, mas no visual, remetia à antiga Kombi Diesel, de 1981,
graças ao grande radiador dianteiro. |
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O motor da "nova" Kombi era o
1.4 Total-Flex. |
Em 2006, foi apresentada a "nova"
(entre aspas, claro) a Kombi com motor 1.4 Total-Flex EA111, ganhando
instrumentos com a mesma disposição do Fox e grade frontal do radiador. Mas
mesmo com tantas modificações, sempre pareceu a mesma: oferecendo versatilidade,
facilidade de reparo, conforto e um custo-benefício atraente.
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A edição especial de 50 anos da
Kombi trazia a famosa pintura saia-e-blusa. |
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Foram apenas 50 unidades
produzidas. [Foto/Divulgação: MercadoLivre] |
Em 2007, a
Volkswagen do Brasil comemorava os 50 anos da Kombi no país, e lançou a edição
especial 'Kombi 50 Anos'. A Kombi usava a famosa pintura "saia e blusa", em
vermelho e branco, e apenas 50 unidades produzidas.
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A Kombi Last Edition traz
pintura retrô, além de novos equipamentos, também
retrô. |
Mas o fim foi decretado com a obrigação do
governo em que todos os veículos produzidos aqui a a partir de janeiro de 2014,
venham com freios ABS e airbags de série. Os engenheiros tiveram dificuldades em
instalar os airbags numa posição que protegesse o motorista e o passageiro, e a
deformação da carroceria continuaria deixando a desejar, num carro que se
dirige tão perto da frente que pode se dizer que o para-choque é o "joelho do
motorista".
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Essa série marca o fim de
produção da Kombi, que ficou 56 anos em linha no
Brasil. |
Assim, a VW encerrou a produção do utilitário
em julho de 2013, após 1.551.140 unidades produzidas e acaba de anunciar a série
'Last Edition', que cobra um amargo preço de R$ 85 mil, trazendo decoração
especial. Mas os fãs da Kombi certamente acham que vale a pena investir nas
últimas unidades, que certamente estarão (ainda mais) valorizadas daqui a algum
tempo, especialmente se preservadas com carinho. A VW poderá tirar o atraso
(assim como fez com o Golf) lançando uma substituta bem mais moderna (a
Transporter T5), porém já sem o charme e o custo-benefício praticamente
inalterados há mais de 50 anos.